O Senado aprovou, nesta quarta-feira, 14, o projeto de renegociação das dívidas dos estados com a União. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados. Eles eram 70 votos a favor e dois contra, de Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).
Além de mais prazo para pagar e menores juros, o projeto também prevê possibilidade de entrega de bens para redução de parte da dívida. O texto, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), institui o Programa de Pagamento Integral das Dívidas do Estado (Propag).
Na justificação, afirma ter como objetivo “criar condições estruturais para aumentar a produtividade, combater as alterações climáticas, melhorar as infraestruturas, a segurança pública e a educação, nomeadamente a relacionada com a formação profissional da população”.
A dívida hoje de todos os estados, combinados, equivale a mais de 760 bilhões de reais. Minas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo respondem por quase 90% desse valor.
A renegociação seguirá alguns critérios: limite máximo de 30 anos e até 360 parcelas. A proposta também cria requisitos para investimentos em educação, formação profissional, saneamento, habitação, combate às mudanças climáticas, transporte e segurança pública em contrapartida.
As parcelas serão calculadas conforme tabela de preços e reajustadas mensalmente. O estado poderá fazer amortizações extraordinárias de dívidas e haverá redução nos valores das parcelas nos primeiros cinco anos.
Durante a vigência do contrato, o estado ficará proibido de contratar novas operações de crédito para pagamento das parcelas da dívida refinanciada, sob pena de rescisão da Propag.
Também poderá ser desligado do Propag o estado que atrasar o pagamento das parcelas por três meses consecutivos, ou por seis meses não consecutivos no período de 36 meses.
Será mantida a taxa de juros praticada atualmente pela União, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano. Mas haverá descontos de acordo com o valor da dívida que será paga na entrada e outras regras fiscais e financeiras específicas. Com isso, estados poderão atingir taxas de juros de IPCA mais 0%, 1% ou 2%.
A adesão à Propag estará disponível ao estado que possui dívidas com o Tesouro Nacional, participação em até 120 dias após a publicação da lei – que ainda depende da Câmara e da sanção do presidente Lula (PT).