Dez deputados e quatro senadores que concorreram às eleições municipais deste ano receberam nota zero do Farol Verdeuma iniciativa do Instituto de Democracia e Sustentabilidade que mapeia a postura dos parlamentares brasileiros em relação às questões socioambientais.
A classificação é baseada no Índice de Convergência Ambiental total, o ICAt, calculado a partir da análise das votações nominais no Congresso Nacional. Os pesquisadores selecionaram 78 propostas consideradas positivas para o meio ambiente, 30 propostas com perfil negativo – retiradas do chamado “Pacote Destruição” -, uma medida provisória e dois vetos.
Entre os deputados com nota zero para convergência ambiental estão o bolsonarista Abílio Brunini (PL), que concorre à prefeitura de Cuiabá (MT); o pedestre Délio Pinheiro, candidato em Montes Claros (MG); e Dr. Flávio Remy, candidato em Presidente Dutra, no Maranhão, pelo PP.
Complete a lista:
- Nitinho Vitale (PSD), que busca a reeleição na Câmara Municipal de Aracaju (SE);
- o pepista Luiz Antônio Corrêa, candidato à Assembleia Legislativa de Valença, no Rio de Janeiro;
- Ulisses Guimarães (MDB), candidato à prefeitura de Poços de Caldas (MG);
- Ricardo Guidi, nome do PL na disputa pela prefeitura de Criciúma (SC);
- Paulo Marinho Jr, candidato do PL a prefeito de Caxias (MA);
- Raniery Paulino, candidato republicano a prefeito de Guarabira (PB); e
- Flavinha, representante do MDB na luta pela Câmara Municipal de Colíder (MT).
Dois parlamentares se destacaram e alcançaram 100% de convergência com as agendas socioambientais, segundo o estudo: Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), ambos candidatos a prefeito de São Paulo.
Nenhum dos quatro candidatos a senador pontuou no índice de convergência ambiental: Carlos Viana (Podemos), que concorre à prefeitura de Belo Horizonte (MG); Eduardo Girão (Podemos), candidato a prefeito em Fortaleza (CE); Rodrigo Cunha (União), vice-presidente na chapa chefiada pelo prefeito JHC em Maceió (AL); e Vanderlan Cardoso (PSD), em Goiânia.
O estudo diz: “No ano em que o país sofre as mais intensas tragédias climáticas de sua história, corre-se o risco de eleger prefeitos que apresentam séria probabilidade de retrocessos ambientais em algumas das maiores cidades brasileiras, que deveriam se dedicar integralmente à planear a adaptação urbana às novas realidades”.
A convergência ambiental na Câmara e no Senado está abaixo de 50%, segundo levantamento do IDS. Na avaliação dos pesquisadores, esse cenário indica baixíssimo comprometimento com as questões socioambientais orientado pelo Legislativo e um distanciamento da realidade ambiental que o país enfrenta.
São 361 deputados considerados péssimos no ICat (62,5% do total), enquanto os que receberam nota acima de 80 são pouco mais de quarenta. Apenas PSOL e PCdoB se destacaram como excelentes no índice de convergência ambiental – ocupam a última colocação no ranking Novo (6,94%), PL (9,36%) e Republicanos (15%).