O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) protocolou pedido de restabelecimento da prisão preventiva de Clésio Salvaro, preso em decorrência da Operação Caronte, que investiga fraudes na Casa Funerária de Criciúma.
Ele foi preso no dia 3 de setembro, durante a 2ª fase da operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No dia 26 de setembro, a prisão foi revogada, com medidas restritivas que tiveram que ser seguidas por Clésio Salvaro. Entre as restrições estava a não abordagem de outros réus e testemunhas no processo.
O pedido de reintegração da prisão foi expedido nesta segunda-feira (30), assinado pelo vice-procurador-geral de Justiça Durval da Silva Amorim e mais seis advogados. O pedido destaca que, no mesmo dia de sua soltura, 26 de setembro, Clésio estava com o vereador afastado Daniel Antunes e o vereador Paulo da Farmácia (Paulo Cesar de Souza Padilha). Ao documento foram anexadas imagens de redes sociais que mostravam os dois próximos a Salvaro durante a recepção que lhe foi realizada na Rua da Gente, no dia de sua libertação. Daniel é co-réu no caso e Paulo é testemunha convocada pela acusação.
O documento aponta ainda que as medidas foram aplicadas a Clésio Salvaro “como alternativa à medida extrema, que é a prisão” e sublinha que estas regras “devem ser cumpridas satisfatoriamente pelos arguidos sob pena de, caso não o façam , o decreto de prisão será restabelecido”.
O incumprimento das medidas, como aponta o pedido do MPSC, “não só reflecte o desrespeito do arguido pela decisão judicial proferida em seu benefício, mas também denota que as medidas cautelares diversas da prisão não se revelam insuficientes para garantir a ordem pública”. . e a conveniência da investigação criminal”.
Por fim, o documento destaca que era do conhecimento de Clésio Salvaro que o descumprimento das medidas cautelares poderia resultar no retorno à prisão. Além disso, questiona-se que, “se o arguido não se sentir intimidado pela presença de diversas pessoas para aceder e manter contacto com a testemunha e co-arguido, no mesmo dia em que lhe foi concedida a liberdade condicional e ciente das medidas cautelares que foram impostas a ele: O que você pode fazer longe dos holofotes, da supervisão pública e dos órgãos responsáveis?”
Agora, o pedido foi encaminhado à juíza Cinthia Schaefer, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), que é relatora do caso. Cabe a ela, representando o TJSC, decidir se aceita ou não o pedido.
A defesa de Clésio Salvaro foi procurada, mas a reportagem não retornou o contato.