A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aceitou nesta terça-feira (2) pedido de impeachment contra o governador Antonio Denarium (Progressistas) protocolado no dia 19 do mês passado por Rudson Leite e Fábio Almeida, líderes políticos do estado.
O documento reforça as acusações já feitas contra Denarium na Justiça Eleitoral, resultando na cassação de seu mandato três vezes. “Não há dúvida de que as acusações feitas pelos denunciantes são gravíssimas”, afirmou o presidente da Assembleia, Soldado Sampaio (Republicanos), durante a leitura da admissibilidade. “Há, portanto, justa causa para receber estas reclamações. E também há indícios de autoria, considerando a responsabilidade do governador apresentada nos autos”, afirmou.
Agora, os representantes dos partidos com assento na Casa Legislativa deverão indicar deputados para formar a comissão especial que analisará o pedido. O prazo é de 72 horas.
Acusações
Entre as principais acusações presentes na denúncia apresentada à Casa Legislativa estão abuso de poder político e econômico, desvio de recursos públicos, nepotismo, superfaturamento de contratos e gestão inadequada de programas sociais, bem como de recursos destinados à saúde e infraestrutura.
As ações atribuídas à Denarium, segundo os denunciantes, violam os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade e da eficiência da administração pública. Relataram o uso político da distribuição de cestas básicas e cartões de crédito por meio de programas sociais, em número muito superior ao dos anos anteriores ao período eleitoral de 2022, constituindo um abuso de poder político.
Da mesma forma, também há denúncias de uso promocional do programa social Morar Melhor, sem previsão orçamentária para 2022, beneficiando a candidatura do Denarium. Segundo a denúncia, o benefício não continuou a ser pago à população após a eleição, durante o segundo mandato do governador.
Além disso, a denúncia questiona a legalidade do repasse de R$ 69,8 milhões a 12 municípios de Roraima, supostamente para mitigar danos causados por chuvas intensas, mas sem comprovação adequada dos danos e da necessidade de recursos. Apenas prefeitos aliados do Denarium receberam apoio financeiro do Estado naquele ano eleitoral.
Outro ponto mencionado é a renovação de contrato considerado ineficiente pelos denunciantes, referente ao aluguel de estrutura para o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, com custo anual de R$ 13 milhões. Segundo os denunciantes, a maternidade da lona não atende aos requisitos mínimos de qualidade, comprometendo a segurança e a integridade de pacientes e funcionários.