O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), elevou o tom neste domingo, 1º, contra Pablo Marçal (PRTB) em debate promovido pelo TV Gazeta e através do canal Minhas notícias.
Os dois disputam o eleitorado bolsonarista, apesar do apoio formal de Jair Bolsonaro (PL) ao emedebista. As últimas pesquisas Datafolha e Quaest apontam Nunes e Marçal empatados tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL) na liderança.
“Você foi condenado e preso por fazer parte de uma gangue que entrava nas contas das pessoas e roubava recursos”, disse o prefeito ao ex-treinador. “As pessoas ligadas ao seu partido têm uma ligação estreita com o PCC.”
Marçal, por sua vez, afirmou que Nunes “tem Bolsonaro como amante e precisa escondê-lo do povo”.
“Você é um covarde. Eu falei para você não fazer esse jogo de covardia”, disse o candidato do PRTB a prefeito. “Você terminará em quarto lugar. Se eu ganhar, você estará na prisão no próximo ano.”
Pablo Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado pela Justiça Federal de Goiás, em 2010. Apesar da pena, ele não cumpriu a pena, pois sua pena foi declarada prescrita. Com outros suspeitos, ele foi réu em um caso por desvio de dinheiro de contas bancárias.
O grupo foi acusado de criar sites falsos para instituições sacarem dinheiro de correntistas. Segundo a ação, os condenados enviaram denúncias à revelia às vítimas, que forneceram seus dados pessoais.
Nunes também se referiu a Marçal no debate como “PCC tchutchuca”, devido à proximidade dos membros do PRTB com a facção criminosa, e como “M de mentira”.
O candidato do PSDB, José Luiz Datena (PSDB) chamou Marçal de “bandido virtual da internet que distorceu os debates”. Boulos, por sua vez, reforçou sua estratégia de mirar em Nunes e Marçal ao mesmo tempo e classificou os dois adversários como “faces da mesma moeda”em referência ao bolsonarismo.
Tabata Amaral (PSB), que tem publicado peças enfáticas contra Marçal nas redes sociais, manteve o tom do debate. Segundo ela, Nunes e Boulos “se covardiam” e só passaram a tratar Marçal como “criminoso” por conta de pesquisas de intenção de voto.
“É um risco grande nesta eleição: um criminoso, que tem vários vínculos com o crime organizado, quer ser prefeito da maior cidade do país”, afirmou o deputado. “O Nunes quer o apoio do Marçal e o Boulos vê como única chance ir para o segundo turno com o Marçal. Parece que eles revisitaram o assunto.”
Ela afirmou que apresentará uma nova ação à Justiça Eleitoral contra Marçal por suposto financiamento ilegal e abuso de poder econômico nas redes sociais.