O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados responsável pela análise do segundo projeto de regulamentação da reforma tributária apresentou seu relatório nesta segunda-feira, 8. O ponto principal do texto envolve o funcionamento do Comitê de Gestão do IBS.
O Congresso Nacional promulgou a PEC da reforma em dezembro de 2023, mas há uma série de pontos a serem regulamentados por leis complementares. Além de definir as alíquotas, deputados e senadores terão que definir regimes especiais e tratamentos diferenciados para setores e produtos.
O principal efeito da proposta é a unificação, a partir de 2033, de cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — em um único encargo, dividido entre as esferas federais (com a Contribuição sobre Bens e Serviços, CBS) e estadual/municipal (com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, SII).
O texto divulgado nesta segunda-feira foi apelidado Direito de Gestão e Administração IBS.
O IBS terá parcela estadual e municipal e será cobrado no local de consumo da mercadoria. Haverá uma taxa referencial para os estados e outra para os municípios, mas cada entidade poderá definir a sua própria tarifa.
As funções do comitê serão coletar, monitorar e distribuir o IBS. O governo federal garante financiamento de 3,8 bilhões de reais para instalá-lo (em até quatro meses após a aprovação da lei).
O Comitê Gestor do IBS será formado pelo Conselho Superior, Secretaria-Geral, Assessoria de Relações Institucionais e Interfederativas, Corregedoria, Auditoria Interna e Diretoria Executiva (composta por nove diretorias).
O Conselho Superior terá:
- 27 membros representando cada estado e o Distrito Federal; Isso é
- 27 membros como representantes de todos os municípios;
Caberá ao Congresso definir a forma de indicação. Os membros do Conselho devem, no entanto, “ser cidadãos de reputação ilibada e notáveis conhecimentos em administração fiscal”.
O relatório do GT recomenda que pelo menos 30% das vagas em órgãos executivos, corretivos, de auditoria e de julgamento sejam ocupadas por mulheres. Esta previsão, porém, não se aplica ao Conselho Superior.
Caso a opinião do grupo prevaleça, para que o Comitê Diretor aprove uma deliberação será necessário obter:
- em relação a todos os estados, os votos da maioria absoluta dos seus representantes e dos representantes dos estados e do Distrito Federal que correspondam a mais de 50% da população do país; Isso é
- em relação a todos os municípios e ao DF, os votos da maioria absoluta dos seus representantes.
A tendência é que a votação deste segundo projeto complementar pelo plenário da Câmara seja realizada em agosto. Ainda nesta semana, porém, os deputados devem analisar a primeira proposta, apresentada na semana passada e considerada a principal matéria regulatória da reforma.
O projeto que será votado esta semana define, por exemplo, os integrantes do Cesta Básica Nacional, cujos produtos serão isentos de impostos. Outros itens, como carnes, deverão ter redução de 60% nos impostos.
Também trata dinheiro de volta, mecanismo pelo qual o Estado devolverá parte do imposto pago pelas famílias de baixa renda. A restituição é destinada a famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e terá como base praticamente todo o consumo de bens e serviços realizado por essas famílias.
O Congresso também definirá os itens sobre os quais incidirá o chamado “imposto sobre o pecado”. Na semana passada, o grupo de trabalho incluiu carros elétricos e apostas no relacionamento.
O Imposto Seletivo aplicar-se-á, a partir de 2027, à produção, extração, comercialização ou importação de produtos e serviços prejudiciais à saúde e ao ambiente.
Leia o relatório completo do GT da Câmara sobre o segundo projeto regulatório:
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