O Conselho de Ética retoma, nesta terça-feira, 9, o julgamento da ação que pode levar à cassação do mandato de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Espera-se que testemunhas sejam entrevistadas nesta sessão.
Chiquinho Brazão está na mira do Conselho de Ética após ser preso como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 2018.
Além dele, Domingos Brazão, assessor do Tribunal de Contas do Rio e irmão do deputado; e Rivaldo Barbosa, comandante da Polícia Civil do Rio na época do assassinato. Os três foram presos após denúncia do atirador, o miliciano Ronnie Lessa.
O primeiro a ser ouvido nesta sessão deverá ser o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ). Seu depoimento foi solicitado por Jack Rocha (PT-ES), relator do caso.
O parlamentar do PSOL foi citado por Ronnie Lessa, assassino de Marielle Franco, como um dos políticos do PSOL monitorados a mando dos irmãos Brazão. A lista também incluiu Marcelo Freixo, Chico Alencar e Renato Cinco.
No depoimento, Lessa disse que um miliciano se filiou ao PSOL para monitorar os adversários de Brazão. Os psolistas atuaram em oposição ao plano do parlamentar de liberar territórios para o comando das milícias.
A disputa, inclusive, é apontada como a principal motivação para o assassinato do vereador. Lessa receberia terras e comando do grupo paramilitar após executar Marielle.
O plano de trabalho do Conselho de Ética no processo que pede o impeachment de Brazão também solicitou o depoimento de outras 13 testemunhas. Destes, cinco foram selecionados pelo relator e oito pelos acusados. Ainda não há data para que eles sejam ouvidos.
Diferentemente dos procedimentos realizados pelo Poder Judiciário, as testemunhas em processos perante o Conselho de Ética não são obrigadas a comparecer. Não se sabe, neste momento, qual dos arguidos estará presente no julgamento.
O processo já está em andamento no Comitê de Ética há três meses e, desde a aprovação do plano de trabalho, não houve avanços significativos.
De acordo com as normas do regulamento interno, o prazo para produção de provas do procedimento pode durar até 40 dias úteis. Após esse prazo, o relator deverá elaborar parecer, que poderá recomendar o arquivamento do processo ou a aplicação de penalidades contra o caso. Caberá aos membros do colegiado aprovar ou rejeitar o parecer.
Caso o Conselho aprove o impeachment ou suspenda temporariamente o mandato de Chiquinho Brazão, a decisão precisará ser referendada pelo Plenário da Câmara dos Deputados.