Com o objetivo de acelerar a regulamentação da reforma tributária, os líderes da Câmara concordaram em suspender as reuniões das comissões temáticas marcadas para esta semana. A única exceção é o comitê focado nas ações referentes às enchentes no Rio Grande do Sul.
A iniciativa foi apresentada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), durante almoço nesta terça-feira, 9. À noite, os deputados devem votar a urgência da primeira proposta regulatória para levá-la diretamente ao plenário.
Os líderes partidários também discutem analisar esta terça-feira a proposta que trata do Novo Ensino Secundário, no âmbito de um esforço concentrado para resolver até quinta-feira todas as agendas pendentes e “antecipar” o recesso parlamentar, marcado para 18 de julho.
O mesmo método foi utilizado por Lira no ano passado, quando concentrou todos os esforços da Câmara na votação da emenda à Constituição que deu origem à reforma tributária.
O Congresso Nacional promulgou o texto da reforma em dezembro de 2023, mas há uma série de pontos a serem regulamentados por leis complementares. Para que realmente comece a contar, pelo menos 71 disposições requerem deliberação.
Na semana passada, os deputados do grupo de trabalho que analisou o primeiro projeto de regulamento emitiram parecer. O texto ainda precisa da aprovação do plenário da Câmara e do Senado.
O principal efeito da reforma é a unificação, a partir de 2033, de cinco impostos — ICMS, ISS, IPI, PIS Isso é Cofins — em cobrança única, dividida entre as esferas federal (com a Contribuição sobre Circulação de Bens e Serviços, CBS) e estadual/municipal (com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, IBS).
A actual projecção é que a taxa de referência para CBS e IBS seja de 26,5%.
CBS estará totalmente estabelecida a partir de 2027. Antes disso, em 2026, haverá um período de teste em que as alíquotas do CBS e do IBS, combinadas, serão de 1%. O IBS só será adotado definitivamente em 2033, após um período de seis anos em que coexistirá com o ICMS e o ISS.
Um dos exemplos de exceção envolve a Cesta Básica Nacional, cujos produtos serão definidos em lei complementar, que será isenta de impostos. Outros itens, como carnes, deverão ter redução de 60% nos impostos.
Outra novidade é o dinheiro de volta, é um mecanismo pelo qual o Estado devolverá parte do imposto pago pelas famílias de baixa renda. A restituição é destinada às famílias com renda per capita de até meio salário mínimo e terá como base praticamente todo o consumo de bens e serviços realizado por essas famílias.