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O presidente Lula (PT) criticou mais uma vez a ausência de um governador bolsonarista em evento de lançamento de projeto do governo federal. Desta vez, as críticas foram direcionadas a Jorginho Mello (PL), apoiador de primeira linha de Bolsonaro que comanda Santa Catarina.
“Não o conheço e, portanto, não posso falar mal dele, mas ele perdeu a oportunidade de participar da inauguração da obra mais importante do estado de Santa Catarina”, começou Lula, em Florianópolis, nesta sexta-feira, dia 9.
“Eu não consigo entender [a ausência]. O [vice-]Governador veja, se ele viesse aqui, seria tratado com respeito. Ele faria o discurso que quisesse e ninguém controlaria o que ele diria. O prefeito [Topázio Neto (PSD)] é a mesma coisa. Infelizmente tem gente que pensa pequeno, que age pequeno e não vê as necessidades do povo brasileiro“, criticou Lula, pouco depois.
O evento em questão faz parte da primeira visita de Lula ao estado neste terceiro mandato. Na cidade, inaugurou o Contorno Rodoviário da Grande Florianópolis, maior obra de infraestrutura rodoviária do Brasil, cuja conclusão estava atrasada há 12 anos. A expectativa com o projeto é reduzir em até 1h20 o tempo de travessia pela região, desviando o trânsito intenso da BR-101, que atravessa a região metropolitana da capital.
A ausência de Jorginho, isto é, era esperada. Ele, até agora, foi o único governador que não apareceu em nenhuma agenda proposta pelo governo federal, estando ou não Lula presente nos eventos. Considerado um dos mais ferrenhos aliados do ex-capitão, Mello ainda abriga familiares do clã Bolsonaro em seu governo.
Oficialmente, Mello justificou sua ausência por conflito de agenda. Nesta sexta-feira, ele participa de reunião com outros governadores bolsonaristas do Sul e Sudeste do Brasil. A gestão enviou Marilisa Boehm, vice-governadora, como representante de Mello no evento com Lula. Vale ressaltar que ela foi elogiada pelo petista em seu discurso.
JairBolsonaro
Outro alvo das críticas de Lula em Santa Catarina foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem citar nominalmente o ex-capitão, Lula relembrou os passeios de moto realizados em Santa Catarina durante a pandemia e o passeio de jet ski feito por Bolsonaro no estado no auge da tragédia causada pelas fortes chuvas na Bahia, em 2021.
“Em apenas 18 meses fizemos quase metade do trabalho aqui. É uma demonstração de que gosto de trabalhar, não gosto de jet-ski e não gosto de motos”alfinetou Lula no evento.
O governo do ex-capitão também foi citado novamente pelo presidente ao relembrar a ‘situação calamitosa’ em que se encontrava o país ao retomar o Planalto, em 2023.
Prazo
Antes de encerrar sua participação no evento, Lula dirigiu um trecho do discurso aos indígenas e quilombolas que estiveram presentes no local protestando contra o Marco Temporal.
“Sou grato ao povo brasileiro, aos povos indígenas brasileiros. Esperamos resolver logo essa questão do Marco Temporal para podermos demarcar rapidamente as terras que precisam ser demarcadas”, afirmou. “Aos quilombolas: vamos legalizar suas terras. O Incra está autorizado e quando estiver pronto assinarei todos os decretos necessários”, prometeu.
