O ministro do Esporte, André Fufuca, saiu em defesa das casas de apostas, também chamadas apostasdepois que o setor voltou ao centro das operações policiais contra esquemas de fraude e lavagem de dinheiro. A operação principal, na semana passada, prendeu a influenciadora Deolane Bezerra e o CEO de uma grande casa de apostas. Mais de 2 bilhões de reais estão bloqueados.
Para Fufuca, porém, as operações e os escândalos que se acumularam no setor não podem definir a indústria de apostas online no Brasil.
“Não podemos confundir o ruim com o bom. Temos que separar o joio do trigo”, disse o ministro em entrevista ao programa Bom dia, Ministroproduzido por Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Ele disse que apesar dos muitos escândalos, o apostas seria “benéfico” para o país. O ministro também prometeu ajudar na investigação de denúncias de manipulação e outros crimes envolvendo casas de apostas no Brasil.
“Essas denúncias que estamos vendo serão investigadas e garanto que, por parte do Ministério do Esporte, todo o rigor será usado para que tenhamos a máxima equidade em relação às apostas esportivas”, disse.
Mais adiante, Fufuca insistiu: “Se tem uma coisa que não pode existir é qualquer tipo de ilegalidade. Neste sentido, estamos completamente vigilantes para garantir que isso não aconteça. E, se houver, os culpados devem ser punidos.”
O ministro, ligado ao Centrão, disse que o rigor na apuração das suspeitas teria sido sua principal exigência ao nomear o advogado Giovanni Rocco Neto na recém-criada Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico do Esporte, vinculada ao seu ministério.
Apostas na “pandemia”
Dados de pesquisa de opinião do Instituto Locomotiva mostram que, entre janeiro e julho deste ano, 25 milhões de brasileiros passaram a fazer apostas esportivas em plataformas eletrônicas – uma média de 3,5 milhões por mês. O intervalo de tempo é menor que o necessário, por exemplo, para que a Covid-19 infecte o mesmo número de brasileiros, o que aconteceu em 11 meses, de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021.
A pesquisa mostra que, em cinco anos, o número de brasileiros que apostaram em apostas chegou a 52 milhões. Desse total, 48% são considerados novos jogadores (começaram a apostar nos primeiros sete meses de 2024). O hábito de tentar a sorte nas plataformas eletrônicas do país afeta atualmente um grupo do mesmo tamanho da população total da Colômbia e maior que o de países como Coreia do Sul, Espanha e Argentina.
(Com informações da Agência Brasil)