Após três semanas de recesso parlamentar, a Câmara dos Deputados retoma as atividades nesta segunda-feira, 12, com foco total na segunda etapa da regulamentação da reforma tributária.
Há também a expectativa de que os parlamentares deliberem a Lei Geral do Turismo e votem projetos de auxílio financeiro ao Rio Grande do Sul, atingido por temporais em maio.
Inicialmente, os deputados deveriam ter retornado a Brasília no dia 1º de agosto, mas o intervalo foi prorrogado. Devido às eleições municipais, os parlamentares deverão fazer um esforço concentrado nas próximas três semanas. O formato remoto será utilizado para sessões não deliberativas.
O debate tributário gira em torno das normas do Comitê Gestor que administrará o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), de competência estadual e municipal, criado para substituir os atuais ISS e ICMS.
As discussões sobre o Projeto de Lei Antiborto, que equipara a prática em casos de estupro ao crime de homicídio, também estão no radar da Câmara. Um pedido de urgência para agilizar a tramitação do texto foi aprovado no semestre passado, mas o tema não foi levado ao plenário pela repercussão negativa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), prometeu criar uma comissão para debater a proposta, que ainda não foi implementada.
O retorno das atividades também deve intensificar os movimentos na disputa pela presidência da Casa. A eleição, marcada para fevereiro de 2025, é tema de jantares e conversas de bastidores. Como mostrado CartaCapitalLira manifestou a aliados que quer construir uma candidatura de consenso para garantir o apoio do Planalto, mas enfrenta resistências.
As demais agendas que deverão ser analisadas serão definidas pelos líderes partidários, que costumam se reunir às terças-feiras.
Reembolso de folha de pagamento
No Senado Federal, que voltou a funcionar na semana passada, a prioridade é votar o projeto de resolução das dívidas dos estados com a União e a proposta que estabelece a reposição gradual da folha salarial de 17 setores da economia.
A PEC da Anistia, que perdoa multas aos partidos que descumpriram cotas raciais em eleições anteriores e não aplicaram recursos mínimos às candidaturas femininas, também deverá ser debatida. Cálculos iniciais prevêem perdão de dívidas de 23 bilhões de reais.
O presidente da CCJ na Câmara Alta, Davi Alcolumbre (União-AP), disse aos jornalistas na semana passada que a medida entrará em pauta e, uma vez aprovada, será votada no plenário.