O Plenário da Câmara dos Deputados se reúne a partir das 9h desta quinta-feira, 12, para concluir a votação do projeto de lei que propõe uma transição de três anos para acabar com a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para a cobrança da alíquota integral do INSS nos municípios com até 156 mil habitantes.
Os deputados votaram emenda de redação do relator, deputado José Guimarães (PT-CE), mas não houve quórum para encerrar a votação nominal. Foi necessária a presença de 257 eleitores, mas apenas 237 registaram o seu voto.
Além de votar a emenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda precisa assinar o projeto. Em tese, porém, o prazo para sanção ou veto do petista ao texto já expirou, pois o prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a negociação e aprovação do projeto antes da volta das taxas termina na quarta-feira, 11. ser cobrado integralmente.
Diante do impasse, a Advocacia-Geral da União solicitou mais três dias à Justiça para que o presidente analise o projeto e publique a sanção ou vetos de Lula. A Corte ainda não respondeu ao pedido, protocolado na primeira ata desta quinta-feira, logo após a Câmara avançar sobre o texto-base.
“É necessária a concessão excepcional de prazo adicional de 3 (três) dias úteis, unicamente para a conclusão do processo legislativo em sua fase final de sanção/veto do Presidente da República (art. 66 da Constituição)”, escreve Jorge Messias no artigo enviado ao STF. O caso é relatado por Edson Fachin.
História
O Projeto de Lei 1.847/24 do Senado surgiu após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar inconstitucional a Lei 14.784/23, que prorrogou a isenção até 2027, por falta de indicação de recursos para apoiar a redução da arrecadação. Posteriormente foi alcançado um acordo para manter as taxas para 2024 e buscar fontes de financiamento para os anos seguintes.
Conforme mencionado, o dia 11 foi o último dia concedido pelo Supremo para negociação e aprovação do projeto antes que as alíquotas voltassem a ser cobradas integralmente conforme decisão liminar do ministro Edson Fachin, relator de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) sobre o assunto. .
Antes da emenda, os deputados rejeitaram todos os destaques apresentados pelos partidos na tentativa de alterar trechos do texto para evitar que ele voltasse ao Senado para nova votação.
Confira a lista de destaques rejeitados:
- destaque do PL solicitava aprovação de alteração da deputada Bia Kicis (PL-DF) que previa multas menores pelo descumprimento, por parte de empresas beneficiárias de incentivos fiscais, com envio de informações ao Fisco sobre esses benefícios;
- destaque do PL que pretendia retirar do texto a obrigatoriedade de as empresas beneficiárias de incentivos fiscais enviarem informações sobre esses benefícios e seus valores ao Fisco;
- destaque do PL destinado a excluir multas aplicáveis às empresas que não enviaram informações sobre os benefícios fiscais usufruídos e seus valores;
- O destaque do PL pretendia retirar do texto a incorporação de recursos esquecidos em contas bancárias ao Tesouro Nacional.
(Com informações da Agência Câmara de Notícias)