O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem cinco votos para manter as liminares do ministro Flávio Dino, que suspendeu pagamentos de alterações tributárias e impôs restrições ao repasse das chamadas alterações pix. Os casos estão sendo analisados pela Corte desde o início da manhã no plenário virtual.
O primeiro voto foi do próprio relator, que optou por reforçar suas decisões proferidas em caráter preliminar. Depois, Dino estava acompanhado de André Mendonça, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. Os quatro optaram por seguir integralmente o voto do relator.
Conforme mencionado, os julgamentos estão sendo realizados no plenário virtual. A intenção do STF é definir sua posição sobre o tema nesta sexta, o que significa que os demais ministros têm até meia-noite para apresentar seus votos.
A suspensão das emendas obrigatórias e as restrições ao pagamento das emendas pix intensificaram, nos últimos dias, a tensão entre o Congresso e o Supremo.
Em resposta, os parlamentares solicitaram a intervenção do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, no caso. A ação pedia a anulação da decisão liminar sobre as alterações obrigatórias. O pedido, porém, foi negado por Barroso, permitindo que o julgamento seguisse seu curso normal.
Em outra frente de ataque, uma comissão da Câmara dos Deputados bloqueou um aumento de 1,3 bilhão de reais ao orçamento do Judiciário brasileiro.
As liminares
As liminares dadas por Dino foram adotadas devido à falta de transparência nos modelos de pagamento.
No caso de alterações de pix, somente serão permitidas transferências que atendam aos critérios de transparência e rastreabilidade. Os recursos também poderão ser repassados para obras em andamento e situações de calamidade pública.
Dino justificou sua decisão com base em relatórios de organizações não governamentais que indicaram um aumento significativo nos valores destinados por meio das emendas do pix —totalizando 6,7 bilhões de reais no ano passado, mais da metade do total repassado em 2022.
Dino argumentou que o descontrole na aplicação desses recursos, semelhante ao problema das emendas do relator, conhecido como Orçamento Secreto durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), precisa ser corrigido para evitar um “jogo de empurra-empurra”. ”onde ninguém assume a responsabilidade pela execução correta e transparente dos fundos.
No caso de alterações obrigatórias. Dino optou por suspender o pagamento até que o Congresso Nacional aprove novas regras de transparência na aplicação dos recursos.
Ao apoiar as decisões de Dino, Mendonça destacou a busca por uma solução negociada entre os Poderes. Ele mencionou a possibilidade de avançar no entendimento por meio de reuniões técnicas com o Núcleo de Conciliação da presidência do STF. O mesmo alerta foi dado por Barroso no início desta sexta-feira.