O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu nesta sexta-feira, 23, a execução de emendas parlamentares e criticou o que considera uma “presunção de má-fé” em relação ao tema.
O pagamento de emendas pelo governo federal tem estado no centro de uma polêmica entre os Poderes nas últimas semanas, pelo fato do Supremo Tribunal Federal ter suspendido parte desses repasses até a adoção de mecanismos de transparência.
Na última terça-feira, 20, todos os magistrados do STF, os presidentes da Câmara e do Senado e ministros do governo Lula (PT) se reuniram em Brasília para chegar a um consenso sobre novos critérios para liberação de emendas.
A solução passa por respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção. Os poderes Executivo e Legislativo têm prazo de dez dias para definir os novos parâmetros de implementação das alterações.
“Vamos resolver isso, as emendas serão desbloqueadas, o Orçamento brasileiro será desbloqueado e os pontos de exceção em que há mau uso dos recursos públicos devem ser coibidos pelos órgãos de controle ou, eventualmente, até pelos órgãos policiais, se for uma caso típico em matéria penal de desvio de recursos”, disse Pacheco, em Minas Gerais. “Então não podemos parar o Brasil por presunção de má-fé.”
Também nesta sexta, o ministro do STF Flávio Dino determinou novas medidas visando as emendas. A Controladoria-Geral da União deve apresentar, no prazo de 30 dias, proposta de reestruturação do Portal da Transparência, plataforma que centraliza dados sobre gastos do governo federal na internet.
O Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos também deverá apresentar, no prazo de um mês, um plano de ação para garantir a transparência das transferências fundo a fundo, recursos transferidos de recursos federais para fundos estaduais e municipais.
De acordo com o acordo firmado entre as cúpulas dos Poderes, os chamados “Emendas do Pix”que permitiam o repasse direto de recursos públicos sem destinação específica para qualquer projeto ou programa, continuem, desde que observada “a necessidade de identificação precoce do objeto, a concessão de prioridade para obras inacabadas e a prestação de contas perante o TCU”. São obrigatórios, ou seja, pagamento obrigatório por parte do governo.
No caso de emendas individuais comum, os Poderes também decidiram manter e fazer cumprir, mas com novas regras de transparência e rastreabilidade.
Já o emendas de bancadatambém obrigatória, deverá ser “destinada a projetos estruturantes em cada Estado e no Distrito Federal, conforme definição da bancada, sendo vedada a individualização”.
Finalmente, o alterações da comissão deverão ser “destinados a projetos de interesse nacional ou regional, definidos de comum acordo entre o Legislativo e o Executivo, conforme procedimentos a serem estabelecidos no prazo de dez dias”.
Outro ponto do acordo é que as emendas não podem crescer de um ano para o outro em proporção maior que o aumento das despesas discricionárias do Executivo.