O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta segunda-feira, 26, o Política Nacional de Transição Energética. A reunião do colegiado foi liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo presidente do Conselho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Coube ao ministro apresentar a política no evento.
Resumidamente, a nova política visa aumentar a oferta de gás natural da União no mercado internoalém de melhorar o aproveitamento e o retorno social e econômico da produção nacional de gás.
A iniciativa também busca ampliar a disponibilidade de gás natural para setores estratégicos como a produção de fertilizantes e produtos petroquímicosreduzindo assim a dependência externa. Outro objetivo anunciado é a integração do gás natural na estratégia nacional de transição energética.
A nova política também reforça a obrigação assumida pelo Brasil ao aderir ao Compromisso Global de Metano, que visa reduzir as emissões até 2030. O acordo foi assinado durante a COP 28, em Dubai.
Do ponto de vista econômico, o Ministério de Minas e Energia sustenta que a nova política poderá atrair cerca de 2 trilhões de reais em ‘investimentos verdes’ para o país.
Por fim, Silveira explicou que a estratégia está estruturada em dois eixos principais:
- Criação de Fórum Nacional de Transição Energética (Fonte);
- Elaboração do Plano Nacional de Transição Energética (Plante).
Esse plano será integrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), Plano Climático, Nova Indústria Brasil, Pacto pela Transformação Ecológica e outras iniciativas governamentais.
Plante abordará tanto sectores específicos como a indústria, transportes, electricidade, mineração, petróleo e gás natural, como também questões transversais, incluindo quadros jurídicos, combate à pobreza energética e criação de um ambiente favorável para investimentos. Para formular o Plante, o Ministério de Minas e Energia (MME) já conta com o apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da Agência Internacional de Energia, do BNDES e da FGV.
O Fórum, por sua vez, será o local de discussão de jogadores envolvidos na iniciativa.
Economia verde
Durante o evento, o ministro Alexandre Silveira destacou o papel do Brasil na liderança da economia verde global.
“Vamos liderar o mundo na nova economia – a economia verde. São R$ 2 trilhões em investimentos, 3 milhões de empregos para os brasileiros. É energia eólica, energia solar, energia hídrica, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e armazenamento de carbono, combustível de aviação sustentável, hidrogénio verde”, disse.
“É o renascimento da indústria brasileira de forma sustentável. É agregar valor ao produto brasileiro produzido com energia limpa e renovável, é uma oportunidade para potencializar o aproveitamento do nosso conteúdo local”, acrescentou Silveira.
O ministro destacou ainda que a nova política estabelece diretrizes que orientarão a estratégia brasileira para a transição energética, reforçando o compromisso do Governo Federal com a redução das emissões de gases de efeito estufa, a criação de empregos, a garantia do fornecimento de energia e o combate às desigualdades sociais e regionais.
Outras aprovações
Na reunião, o CNPE também aprovou uma resolução que estabelece diretrizes adicionais para a política de comercialização de petróleo e gás natural da União.
As diretrizes aprovadas pelo conselho visam reduzir a dependência externa de fontes de energia, com destaque para combustíveis, fertilizantes e petroquímicos, que utilizam o gás natural como matéria-prima e cuja viabilidade econômica de produção no território nacional depende da disponibilidade e do preço do gás natural. .
O conselho também aprovou a resolução que define a manifestação de interesse da Petrobras no bloco de Jaspe, que será licitado em regime de partilha de produção, no próximo Ciclo de Oferta Permanente. O edital de licitação está previsto para ser publicado até o final de 2024, com leilão previsto para o início de 2025.
Pela decisão do CNPE, a Petrobras deverá ser a operadora obrigatória do bloco, com participação mínima de 40%. Além de Jaspe, outros blocos poderão ser leiloados sem a participação obrigatória da Petrobras.