O deputado federal Luciano Ducci, candidato do PSB a prefeito de Curitiba, tem apoio de siglas tradicionais de esquerda, como PDT, PT, PCdoB e PV, mas tem evitado tratar a disputa local como um embate nacionalizado, que espelha a polarização entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista ao canal CartaCapital no YouTube, Ducci defende que os eleitores, pelo menos no primeiro turno, olhem com atenção as propostas dos candidatos, independentemente dos patrocinadores políticos dos candidatos.
“A estratégia da nossa campanha, neste momento, é levar mais para o lado técnico e não fazer disso uma disputa entre ‘A’ e ‘B’”, explicou. “Eu sempre disse: no dia 1º de janeiro de 2025 não é o Bolsonaro que vai sentar na cadeira de prefeito, não é o Lula, não é o [governador] Ratinho Jr. e nenhum [prefeito] Rafael Greca. Ele é um dos candidatos que se apresentam.”
“As pessoas têm que escolher quem elas acham que tem mais experiência para fazer a cidade realmente avançar, dar um salto.”
Apesar do alerta, Ducci não nega qualquer aproximação com Lula, independentemente da rejeição que o PT ou o PT possam ter na capital paranaense. “Chegará o momento de todos aderirem à campanha”, afirma. “Acho que este momento será o segundo turno.”
Para ele, quando a disputa chegar ao segundo turno, “aí o debate ficará mais polarizado” e menos proposital. A avaliação, explica, levou o PSB estadual a optar por “salvar” a participação de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) nas redes e em inserções de rádio e TV.
“Acho que agora não é o momento mais apropriado para isso [Lula e Alckmin nas peças de campanha]. Agora é a hora de discutir e apresentar propostas, mostrar a campanha ativa e mostrar que temos um diferencial em relação às outras candidaturas.”
No momento, o deputado pessebista aparece na segunda posição nas principais pesquisas eleitorais da capital paranaense. Ele é seguido de perto, porém, por dois adversários: Ney Leprevost (União) e Roberto Requião (Mobiliza). Os três costumam aparecer em empate técnico. Eduardo Pimentel (PSD), atual vice-prefeito, é o líder, apoiado por Ratinho Jr., Rafael Greca e Jair Bolsonaro.
Em conversa com CartaCapitalLuciano Ducci minimizou a distância para Pimentel e o empate técnico com o segundo colocado. “O importante para a nossa campanha é que todas as pesquisas indiquem um segundo turno e todas essas pesquisas nos coloquem em segundo lugar.”
“Aí sim, faremos uma campanha mais igualitária, porque hoje a diferença de exposição na televisão e no rádio é muito grande em relação ao candidato que vem liderando as pesquisas. No segundo turno, não. Todos jogarão da mesma forma.”