O presidente Lula (PT) recebeu, nesta segunda-feira, 26, no Palácio do Planalto, 16 líderes partidários da base de apoio do governo e representantes de bancadas da Câmara dos Deputados, para fazer um balanço das votações e do andamento da agenda legislativa no Congresso Nacional.
Na época, o presidente afirmou que não participará das eleições para a Mesa Diretora da Câmaraem fevereiro do próximo ano, que definirá o novo presidente da Câmara para os próximos dois anos.
A informação foi dada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), em entrevista coletiva logo após o encerramento da reunião.
“[O presidente] afirmou que os três candidatos, todos, são apreciados pelo governo e que não opinaria sobre um ou outro candidato. Isto foi uma novidade que ele introduziu, apesar das narrativas e versões que se criam ou se constituem sobre este ou aquele candidato”, disse Guimarães.
A disputa pelo comando da Câmara dos Deputados está, até o momento, focada em três pré-candidatos: o atual vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), estes dois últimos respectivamente os dirigentes do PSD e do União Brasil, que participaram do encontro com Lula.
“Ele [Lula] levantou que é importante que o processo eleitoral para a Câmara, que todos [os deputados] estamos envolvidos, termine bem. E que quem vencer a eleição será o primeiro a se reunir com ele para discutir a parceria e o respeito institucional entre o Poder Executivo e o [Poder] Legislativo”, observou o líder do governo.
Enquetes
Ainda segundo o líder do governo, Lula abordou a necessidade de conclusão da votação dos regulamentos da reforma tributária, que deverá estar em pauta no esforço concentrado para votações no plenário desta semana.
A segunda parte do regulamento da reforma tributária trata da gestão e fiscalização do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), criado na reforma, que ainda seguirá para o Senado.
Outra votação prioritária é o Projeto de Lei do Programa Acreditar, política de renegociação de créditos e dívidas para pequenos negócios, cuja Medida Provisória perdeu validade e a Câmara agora analisa um texto de mesmo teor para restabelecer a validade da legislação.
Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o encontro foi um momento de agradecimento, por parte do presidente, aos líderes partidários que têm apoiado os votos de interesse do governo no Parlamento.
“Mais uma vez, o presidente agradeceu à Câmara dos Deputados, ao grupo de dirigentes e ao presidente da Câmara [Arthur Lira]contribuíram para este bom momento em que o país vive a recuperação económica”, destacou o ministro.
Emendas
Sobre as novas regras para implementação de emendas parlamentares ao Orçamento da União, o ministro Alexandre Padilha disse que Lula reforçou aos líderes a necessidade de implementar o pacto anunciado na semana passada, entre os Três Poderes.
“Sua orientação é que o Congresso Nacional, o Executivo e o Judiciário criem a solução pactuada, que reconheça o papel e o valor dos parlamentares na indicação de projetos e recursos para suas localidades, e que também reconheça outros preceitos constitucionais, e que foram vistos por unanimidade pelo Conselho Federal Suprema Corte [STF]”, disse o ministro.
Há cerca de uma semana, o Supremo confirmou por unanimidade três decisões provisórias do ministro Flávio Dino, que suspenderam os repasses de emendas parlamentares, incluindo as chamadas “emendas Pix”, que permitiam o repasse direto de recursos públicos sem destinação específica para qualquer projeto ou programa.
Por conta disso, uma reunião envolvendo ministros do STF, presidentes da Câmara e do Senado e representantes do governo federal estabeleceu novos critérios para liberação de recursos, garantindo que as emendas parlamentares deverão “respeitar critérios de transparência, rastreabilidade e correção”. Essas regras agora serão estabelecidas por um grupo de trabalho que inclui o governo federal e parlamentares e deverão ser apresentadas nos próximos dias.