A Polícia Federal encontrou mensagens indicando que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já havia sido alertado sobre a ausência de indícios de fraude nas eleições de 2022. Ainda assim, o político teria optado por avançar com uma ação que pedia a anulação do segundo turno daquele ano. As informações são do site CNN Brasil.
Segundo a publicação, especialistas contratados pelo PL logo após o segundo turno informaram à liderança do partido Bolsonaro que não encontraram indícios de irregularidades na eleição. As informações teriam sido repassadas a Valdemar, segundo investigadores da PF.
As mensagens foram encontradas durante exame em celulares de especialistas do Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL para elaborar parecer técnico sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. As provas sugerem que Costa Neto tinha conhecimento de que as suspeitas de fraude não eram fundamentadas, segundo perícia encomendada pelo próprio partido.
Mesmo com a conclusão, o partido liderado pelo ex-deputado protocolou o pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que questionou a confiabilidade das urnas e apontou supostas fraudes na eleição. A sigla queria, com a ação, uma auditoria extraordinária do resultado. O pedido foi rejeitado e terminou com a aplicação de multa de 22,9 milhões de reais pelo TSE por litígio de má-fé.
Em depoimento à PF, Costa Neto admitiu que o pedido de anulação foi fruto de pressão política, corroborando a tese de que o questionamento das urnas foi feito sem base em provas consistentes.
Os investigadores envolvidos no caso, segundo CNNindicou que as novas provas poderiam complicar ainda mais a situação jurídica de Valdemar Costa Neto. Ao final das investigações, disseram os agentes ao site, há poucas dúvidas de que o ex-deputado será indiciado no caso. A expectativa é que a PF feche o relatório após as eleições municipais.
A investigação em questão investiga o envolvimento de líderes políticos, financistas e executores em uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder, independentemente do resultado eleitoral.
Valdemar e Bolsonaro são alvos e nem conseguem se comunicar por ordem judicial. A medida visa evitar que os dois combinem uma versão dos fatos ou atrapalhem o andamento das investigações. Valdemar, vale lembrar, foi preso em operação no caso por ter sido flagrado com arma irregular.