O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS, a previdência oficial) e o Benefício de Prestação Continuada (BPC, pago aos idosos carentes e deficientes) são os dois pontos do orçamento público em que o governo federal pretende poupar mais em 2025, na busca por para cumprir os requisitos do quadro fiscal.
Em apresentação nesta quarta-feira, 28, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento detalharam as previsões de cortes que, em conjunto, equivalem a 25,9 bilhões de reais. Desse total, 10,5 bilhões são provenientes de ajustes no INSS e outros 6,4 bilhões do BPC, segundo estimativas.
Segundo o governo, a economia do INSS está ligada principalmente à criação do Atestmed, sistema online que reduz a necessidade de exames presenciais para concessão de auxílio-doença. Isso significa que há menos necessidade de atrasos nos pagamentos. A Segurança Social também fará um esforço para rever os benefícios concedidos por invalidez, o que ajudaria a poupar mais.
No caso do BPC, a aposta do governo é uma revisão ampla para tentar reduzir as fraudes. O benefício, de um salário mínimo, é pago a cerca de 6 milhões de pessoas. A revisão começará com cerca de 460 mil beneficiários que há muito tempo não atualizam seus cadastros.
Também foram anunciadas revisões nos gastos com Bolsa Família (por meio de investigações cadastrais, com previsão de economia de 2,3 bilhões de reais), pessoal (2 bilhões), Proagro (3,7 bilhões) e Seguro Defeso (1,1 bilhão).
Os representantes dos ministérios que apresentaram os dados fizeram questão de destacar que as economias previstas são baseadas em estimativas e pode ser necessário fazer alterações em seu orçamento ao longo do ano.
“Se o trabalho de revisão não estiver acontecendo no momento da revisão, vai acontecer algo parecido com o que aconteceu este ano, e teremos que fazer a parte que não é a ideal, que é o contingenciamento ou bloqueio no orçamento público. Todos nós aqui queremos que isso não aconteça”, disse o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães.
O governo enfatizou, por exemplo, as enchentes no Rio Grande do Sul, que provocaram alterações substanciais nos gastos públicos neste ano. Situações de emergência semelhantes podem forçar novas correções de curso.
“Esta é uma projeção feita de acordo com o melhor que podemos fazer. Olhamos os números e fazemos o máximo que podemos, neste momento, para redesenhar o que teremos de despesas no próximo ano, dentro do que sempre fazemos todos os anos: redesenhar receitas e despesas e, durante o ano, acompanhar a execução de o que foi desenhado”, explicou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.