O primeiro dia de publicidade eleitoral gratuita nas rádios paulistas foi marcado pelas tentativas dos candidatos de mostrar aproximação com os eleitores da capital paulista. Os programas foram ao ar na manhã desta terça-feira, dia 30.
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que lidera as pesquisas de intenção de voto para a prefeitura da capital, se apresentou como o que chamou de alternativa à “ameaça bolsonarista”. Ele também destacou sua candidata a vice-presidente, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
“Essa eleição será fundamental para o futuro da nossa cidade, porque São Paulo já derrotou o bolsonarismo em 2022”, destacou Boulos. “Agora vem de novo essa ameaça, a ameaça da incompetência, da grosseria, da desumanidade”, disse o candidato.
Em seu discurso, Boulos destacou a existência de dois candidatos ligados ao projeto bolsonarista. “Por um lado, o atual prefeito [Ricardo Nunes, do MDB]uma figura covarde que herdou o cargo há três anos e meio e só decidiu aparecer agora, às vésperas da eleição, e mesmo assim tudo que fez foi mal feito ou suspeito”, apontou Boulos.
“Do outro lado está um candidato oportunista que tenta enganar as pessoas com um discurso de prosperidade, mas que realmente prosperou no mundo do crime”, indicou Boulos, referindo-se ao técnico Pablo Marçal (PRTB), que vem crescendo no nas pesquisas e, em algumas pesquisas, aparece em empate técnico com o próprio Boulos e Nunes.
Marçal, aliás, não tem direito à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, uma vez que o seu partido não tem representantes na Câmara dos Deputados. Isto se deve a um mecanismo legal conhecido como cláusula de barreira.
Nunes, que tem o maior tempo entre todos os candidatos – 6 minutos e 30 segundos de um total de 10 minutos – aproveitou o espaço para tentar convencer o público de que era “uma criança da periferia”. No programa, o prefeito foi entrevistado na “Rádio da Periferia 15”, em referência ao seu número na urna.
“Um cara da periferia, do Parque Santo Antônio, Zona Sul. Ricardo também foi, por dois mandatos, vereador de São Paulo, e por sete anos membro e relator da comissão de finanças e orçamento. […] Ricardo tornou-se um especialista e conhecedor de São Paulo. Você conhece Sampa na palma da mão”, disseram os apresentadores.
“Minha experiência de vida, como, por exemplo, ser vereador durante oito anos, participar do orçamento de São Paulo, me deu bagagem, experiência. Porque eu trouxe isso para a minha gestão”, afirmou Nunes.
O apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) tiveram pouco tempo para se inserir, mas aproveitaram os espaços, cada um à sua maneira, para criticar os demais candidatos, e também disseram que estavam próximos do periferia.
Datena, por exemplo, afirmou que “só quem não tem vergonha de si mesmo não cumpre as promessas ao povo”. Ao citar os demais candidatos, o apresentador destacou que “eles prometem o que não cumpriram. Mentir é muito mais fácil, não custa nada. Dizer a verdade custa caro.” Em seguida, foi apresentado o jingle da campanha.
Tabata não se pronunciou durante a apresentação, mas o narrador da peça se encarregou de perguntar: “Mano, sem maldade, você está cansado de esperar ônibus, esperar na fila do exame, esperar a prefeitura resolver os mesmos problemas? Então, Tabata 40, a periferia vai brilhar, 40 está quebrada, para a vida melhorar.”
Esta sexta-feira estreiam os programas televisivos dos candidatos. Até 3 de outubro, os programas de televisão serão exibidos das 13h00 às 13h10 e das 20h30 às 20h40.